MARIAS, CLARICES E AS BORBOLETAS

Eu queria sair Brasil afora dando palestras.
Adoro tagarelar, se me deixar 5 minutos com o entregador de jornal, descubro a vida dele inteira. As pessoas adoram conversar comigo, e acho que parte se deve ao fato de que eu ouço as pessoas.
De verdade.
Mas minha maior vocação é ser mãe.
E essa é a definição correta: vocação!
Muitas mulheres podem parir e proporcionar aos filhos padrões educacionais formais.E serão ótimas mães, e seus filhos, serão ótimos filhos. Mas as mães vocacionadas têm um tempero a mais.
São aquelas mulheres que enfrentam dificuldades com a paciência sagrada de uma monge budista aposentada, e sempre são capazes de criar, educar e amar seus vários filhos como se fossem únicos. Mas fazem isso com tamanha sinceridade que eles acreditam de verdade que são únicos.E de fato o são.
Cada um é uma pessoa com seu mundo particular, e só uma mãe vocacionada é capaz de identificar isso e não fazer comparações do tipo ” fulano é tão inteligente…” sugerindo que o outro é melhor.Porque ninguém é melhor do que ninguém, só diferente. E uma mãe com vocação mostra e incentiva seus filhos a identificarem e amarem as diferenças.
E nas adversidades eles se unem ainda mais, e ela os ensina a buscarem a verdadeira riqueza que nunca lhes será tirada: a sua essência. Porque assim eles serão seres completos, inteiros e íntegros.
Mas também lhes ensina que nem só de pão vive o homem, e desta forma lhes mostra o caminho da fé.
A fé que há de sustentá-los e equilibrá-los nos momentos de turbulência, a fé que não faz distinção de credo, raça ou cor. A fé que ensina a enxergar com o coração, pois desta forma são vistas as coisas mais lindas, com os olhos do sentir.
É preciso esclarecer que a mãe vocacionada não é necessariamente a que pariu.
Mas a que amou, acolheu, ensinou e também repreendeu.Transformou lagartas em borboletas.
Eu queria sair Brasil afora dizendo para todas essas mães que é possível abraçar a vocação maternal e ainda assim ser super em muitas outras coisas . Sim, é possível ser muitas mulheres. Muitas Marias e Clarices.
Mas também é possível ser só mãe.
De verdade.

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